quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Muito prazer...Papai Noel.

Papai Noel vive no Pólo Norte, certo? Isso faz dele um esquimó? E, se os esquimós se vestem com peles de animais, como é que o bom velhinho descolou aquela roupa vermelha? Se esses esquimós têm olhos puxados e cabelos escuros, por que ele é nórdico e tem bochechas rosadas? Ainda, como é que ele consegue fabricar aquele Playstation 2 que você pediu de Natal numa região desabitada, onde sequer o Correio alcança? E aquelas renas vieram do Morumbi? E aquele monte de duendes? Aliás, por que é que o Papai Noel iria empregar duendes? Eu sei, você nunca parou para pensar nisso... Então, está na hora de saber algumas verdades.

O bom velhinho, como conhecemos hoje, rechonchudo e com um sorriso amável, de casaco e gorro vermelhos e um largo cinto preto, é, na verdade, uma criação da Coca-Cola. Pronto, falei. Pura publicidade. Genial, mas publicidade.

E tem mais: a lenda não surgiu em nenhum país nórdico. O Papai Noel – atenção! – é, originalmente, turco – ou grego - , pois o mito surgiu a partir de um bispo que vivia lá na Ásia Menor, por volta do século IV: Nicolau, conhecido por sua extrema bondade e pelo carinho que dedicava às crianças. Em sua homenagem, criou-se o hábito de distribuir presentes à criançada durante o mês de dezembro, o mês de seu aniversário.

A lenda de São Nicolau, como ficou conhecido, espalhou-se por toda a Europa. Diversas igrejas foram construídas em sua homenagem. Com a Reforma Protestante, entretanto, o culto perdeu força no continente, com exceção da Holanda, onde permaneceu com o nome de Sinterklass, ou o homem que gostava de crianças. No século XVII, a lenda chegou a Nova Amsterdã (ou New York) com os holandeses e São Nicolau foi rebatizado como Santa Claus.

Mas voltemos à Coca-Cola. Até 1930, representava-se o Papai Noel de diversas formas: como um duende de barba branca, um elfo ou um gnomo que se vestia ora de azul, ora de amarelo. Não havia qualquer semelhança com o nosso bom velhinho. Ah! E também não havia renas, trenó e ele sequer conhecia o Pólo Norte.

Em 1931, porém, numa grande jogada de marketing, na tentativa de conquistar um público mais jovem, a Coca-Cola contrata Haddon Sundblon para recriar o Papai Noel, dando-lhe uma feição mais humana. Inspirado em seu amigo Lou Prentice, Sundblon cria, então, o nosso Papai Noel: o Papai Noel da Coca-Cola. Agora, temos um velhinho gorducho, nórdico, com um sorriso amigável, e o mais importante: vestido com as cores da Coca. Aaaaahh, agora fez sentido, não é?

Tem mais. Quando Lou Pretice morreu, deixou Sundblon sem um modelo para seu garoto-propaganda. Foi aí que o sueco Haddon começou a se inspirar em si mesmo para representar o Papai Noel, ansiosamente aguardado a cada Natal. A série de pinturas a óleo criada por ele foi utilizada nos comerciais natalinos da Coca–Cola até 1966, dez anos antes de sua morte. Atualmente, a Coca relançou as pinturas de Sundblon em seus rótulos e latinhas.

E a história do Pólo Norte? Bem, o Papai Noel tinha que morar em algum lugar, não é mesmo? Foi o cartunista americano Thomas Nast quem teve a idéia. Inclusive, a história só colou com a criançada depois que eles foram convencidos de que, de fato, o bom velhinho precisava de um lugar calmo, isolado, para poder fazer os presentes. O trenó e as renas são, provavelmente, contribuição escandinava. O cachimbo e a chaminé, idéias holandesas. Agora, o que ninguém consegue explicar é de onde vieram os duendes que ajudam o Papai Noel...

Talvez essa história tenha acabado com a magia do seu Natal. Não era a intenção... Mas pense bem, podia ser pior: não fosse a Coca, nosso Papai Noel poderia ser um Tele Tubby!! Ou o Ronald Mc Donald, o Bozo ou até um desdentado com a camisa do Corinthians... Pense nisso quando se deparar com um daqueles belíssimos caminhões iluminados da Coca-Cola no final do ano!

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

HEXA


Muita polêmica. São Paulo alfineta de um lado, Flamengo retruca de outro. Sport aplaude tricolores, não por questão ideológica, mas por estar envolvido na história e se beneficiar com ela. E assim caminha mais uma novela do futebol brasileiro. Mas como uma novela pode seguir se já sabemos o final? Eu era um rapazinho, com meus 16 anos, quando acompanhei a famosa Copa União de 1987. Inclusive, eu tinha o álbum de figurinhas daquela competição (não sei que fim levou… tinha o Zico carimbado!).

Não tinha mesmo lógica o cruzamento entre os módulos Verde e Amarelo. Naquela ocasião, o São Paulo Futebol Clube, sempre com dirigentes éticos, não era favorável a uma final entre Flamengo, vencedor do Verde, e Sport, ganhador do Amarelo. Mais uma injustiça seria cometida. Afinal, os times que disputaram o Módulo Amarelo concorreram contra equipes tecnicamente inferiores. Enquanto que os gigantes Flamengo, Inter, Palmeiras, São Paulo, Vasco, Grêmio, Corinthians, Fluminense, Botafogo, Atlético Mineiro, Cruzeiro, Bahia, Santa Cruz, Coritiba, Goiás e Santos se “matavam” por um título que depois… não serviria para nada?

Quem esteve presente(torcedores, repórteres, policiais, bombeiros e demais profissionais) aos jogos entre Flamengo e Inter, no Beira Rio e no Maracanã, sabiam exatamente que estavam assistindo a final do Brasileiro 87. Afinal, o time da Gávea e o Colorado fizeram dois jogos emocionantes. De poucos gols, mas emocionantes. E o Flamengo (de Zico, Bebeto, Renato Gaúcho…) venceu o Inter (de Taffarel, Luiz Carlos Winck, Norberto e Amarildo…) e ficou com o título da Copa União, sim. E com a sensação de ser campeão brasileiro, ou melhor, tetracampeão brasileiro.

A alegria da vitória não pode ser tirada do torcedor flamenguista. E o amargo daquela derrota na final ainda provoca sensações ruins aos colorados, pode ter certeza.

O Sport merece respeito. Afinal, o Leão da Ilha do Retiro conquistou o Módulo Amarelo, disputou a Libertadores do ano seguinte, e também pode até ser declarado campeão brasileiro (aliás, já o é pela CBF). Mas quem viveu o futebol naquele ano sabe que a competição que gerou maior interesse ao torcedor e única a passar na TV de todo país foi mesmo a Copa União com seus 16 clubes. Injusta ou não, a Copa União tem o seu campeão.


Agora faça um exercício intelectual e imagine uma reunião de todos os campeões brasileiros contando suas glórias da conquista do título e lá o presidente do Sport tendo que ficar calado e dizer que foi campeão apenas porque os melhores clubes do Brasil não disputou seu módulo.

O Flamenguista poderia dizer que o time de 87 era uma verdadeira seleção com Zé Carlos (copa 86); Jorginho (copa 94); Leandro (copa de 82, eleito o melhor lateral); Edinho (copa de 86); Leonardo (copa 94); Andrade (5 títulos brasileiros como jogador); Aílton (campeão depois pelo Grêmio); Zinho (copa 94 e 5 brasileiros); Zico (dispensa comentários, está na lista dos melhores jogadores da história da FIFA), Bebeto (copa 94) e Renato Gaúcho (campeão da libertadores e mundial pelo Grêmio), sem falar em outros como Aldair (copa 94).

Pois é chefe este Flamengo é o time que a CBF diz que não foi campeão, qual jogador mesmo campeão pelo Sport em 87 fez história no futebol?


Isto não tem nada haver se um clube é do sudeste e o outro do nordeste. O Flamengo foi hexa com um gol do nordestino Ronaldo Angelin, que não foi e não será o último a vestir o manto sagrado do Flamengo.

Só houve este racha nos módulos porque a CBF queria colocar uns 50 clubes no brasileiro daquele ano,pois em 1986, a CBF prometeu mudar o sistema e criar, para 1987, a Primeira Divisão do Campeonato Brasileiro. Os 24 melhores de 1986 formariam a Série A do ano seguinte.
Terminado o campeonato, a CBF mudou de idéia. Primeiro, afirmou que não tinha condição financeira de promover o torneio. Foi quando os grandes se rebelaram e fizeram o movimento que criou o Clube Dos Treze.

Se não fosse aquela iniciativa não teríamos hoje um brasileiro tão competitivo e organizado seja na séria A, B, C e D

A CBF criou o regulamento, que previa o cruzamento de campeão e vice do Módulo Verde (Copa União) com campeão e vice do Módulo amarelo (a suposta segunda divisão).
O Clube dos 13 dizia que não disputaria o cruzamento, a CBF dizia que haveria o cruzamento, interessada em não perder espaço político.

Dá pra concluir que esta discussão nada tem a ver com o futebol jogado em 1987 e sim com política e interesses da própria CBF nos votos das federações menores.



Classificação final

Tabela de classificação
Time PG J V E D GP GC SG
Disputaram as finais
Flamengo 24 19 9 6 4 22 15 7
Internacional 18 19 6 6 7 14 12 2
Eliminados nas semi-finais
Atlético Mineiro 25 17 10 5 2 23 9 14
Cruzeiro 21 17 6 9 2 16 7 9
Eliminados na primeira fase
Grêmio 18 15 7 4 4 14 8 6
São Paulo 17 15 7 3 5 21 12 9
Fluminense 17 15 6 5 4 14 12 2
Palmeiras 16 15 7 2 6 11 13 -2
Botafogo 15 15 4 7 4 11 9 2
10° Vasco da Gama 13 15 5 3 7 17 18 -1
11° Bahia 13 15 4 5 6 11 18 -7
12° Coritiba 12 15 4 4 7 15 22 -7
13° Goiás 11 15 3 5 7 8 15 -7
14° Santa Cruz 11 15 3 5 7 10 20 -10
15° Santos 11 15 2 7 6 7 17 -10
16° Corinthians 10 15 2 6 7 9 16 -7






Tomara que o Sport aproveite a segundona para se reorganizar e reestruturar subindo para a primeirona pela porta da frente e sendo campeão de fato dessa vez…


Forte abraço!!!!